INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS NA COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA DE PEIXES DE IGARAPÉS
Resumo
Muitas características do ambiente podem determinar e estruturar a composição de peixes de igarapés. Os igarapés de cabeceiras apresentam espécies de peixes de pequeno porte ainda pouco conhecidas e ameaçadas por ações antrópicas, sendo assim, necessário estudos de sua composição taxonômica e sua relação com os fatores ambientais. Este estudo teve como objetivo verificar a relação das variáveis ambientais com a composição de espécies da ictiofauna de igarapés das cabeceiras da bacia do rio Xingu. Foram amostrados 24 igarapés das cabeceiras da bacia do rio Xingu, nos municípios de Canarana, Água Boa e Querência, estado de Mato Grosso, Brasil, entre junho e julho de 2011. Os peixes foram coletados em um trecho de 100 m, divididos em 20 transectos de 5m, em cada transecto foram realizados arrastos contra a corrente e todos os peixes coletados. Os peixes capturados foram eutanasiados e fixados em solução de formalina (10%). Nos mesmos locais, foram obtidos dados sobre as características estruturais dos igarapés e físico-químicas da água: largura, vazão, índice de integridade do habitat, oxigênio (mgl/l e OD%), potencial hidrogeniônico (pH), condutividade (μS/cm) e condutividade especifica (μS/cm). Para determinar a relação entre a composição e as variáveis ambientais foi realizada uma Análise de Redundância (RDA). Foram coletados 1409 exemplares de peixes, distribuídos em quatro ordens, 19 famílias e 39 espécies. Sendo a ordem Characiformes a mais representativa correspondendo 73,24% do total coletado. A família Characidae foi predominante com oito espécies, sendo a espécie Knodus victoriae dominante com 536 indivíduos. As características estruturais dos igarapés e físico-químicas da água explicaram 58% da estrutura da ictiofauna (RDA1=0.364, RDA2=0.254; ANOVA: F=1,324, p= 0,046). Os resultados apontaram forte influência da estrutura física dos igarapés sobre a composição taxonômica, dessa forma alterações nesses ambientes podem levar a um declínio na diversidade de espécies, excluindo espécies especialistas e portanto mais sensíveis e favorecendo o aumento de espécies generalistas.
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