DIVERSIDADE, COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE UMA FLORESTA MANEJADA NA AMAZÔNIA ORIENTAL
Resumo
A exploração de madeira pode ocasionar mudanças na estrutura, diversidade e composição de florestas tropicais. Quantificar as alterações causadas por tal modalidade, tem sido muito difícil, uma vez que os efeitos da atividade madeireira, por meio do manejo, se dão de forma diluída sobre imensas áreas. Entender as mudanças ocorridas nas florestas após as operações de corte é aspecto importante para avaliar a sustentabilidade da exploração realizada. Aqui, avaliamos a diversidade, composição e estrutura de uma floresta submetida à exploração madeireira em uma Unidade de Manejo Florestal (UMF) localizada no conjunto de glebas Mamuru-Arapiuns, nos municípios de Juruti e Santarém, no estado do Pará. Os dados foram coletados em 12 parcelas permanentes de 50 x 50 m (2500 m2). Inventários florestais foram realizados em três ocasiões, pré-exploratório (ano de 2012) e pós-exploratório (anos de 2013 e 2015). Foram medidas todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 10 cm. Para avaliar a diversidade da floresta, utilizamos o índice de Shannon-Winner (H’). A composição foi obtida a partir dos parâmetros do índice de Valor de Importância (VI) e a estrutura da floresta estimada a partir da área basal por parcelas e por meio da densidade de indivíduos para cada ano monitorado. Para verificar mudanças na estrutura da floresta, utilizamos uma ANOVA de medidas repetidas, sendo cada parcela considerada uma repetição. O índice de diversidade de Shannon-Winner (H’) em 2012 foi de 4,42, sendo reduzido para 4,41 em 2013 e levemente aumentado para 4,44 em 2015. No que diz respeito à composição das espécies, as medidas do IVI indicaram pequenas alterações na composição da comunidade florestal, com favorecimento de espécies pioneiras principalmente no último ano de acompanhamento. Cecropia obtusa, pioneira, que não esteve entre as dez mais importantes nos anos de 2012 (pré-exploração) e 2013 (pós-exploração), no ano de 2015 (pós-exploração), passou a ocupar o nono lugar entre as espécies mais importantes da comunidade florestal. A área basal da floresta (F2; 33= 12,898, p=0,001) e a densidade de indivíduos (F2; 33= 61,411 p<0,001) sofreram reduções entre os anos avaliados. Concluímos que a exploração madeireira na floresta analisada alterou sua diversidade, composição e estrutura, em um nível que levanta dúvidas sobre suas perspectivas de manutenção ao longo do tempo, podendo estar contribuindo para o recrutamento de espécies de baixa densidade da madeira, o que compromete a floresta como elemento de estoque de carbono.
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