AVALIAÇÃO DA SUFICIÊNCIA DO ESFORÇO AMOSTRAL DE INSETOS AQUÁTICOS EM DIFERENTES NÍVEIS ESPACIAIS E TAXONÔMICOS EM RIACHOS AMAZÔNICOS
Resumo
Introdução: O processo de amostragem biológica é limitado por motivos financeiros, temporais, logísticos, entre outros, especialmente no bioma amazônico, que é um dos mais ricos em diversidade de espécies. Para se medir essa diversidade, é comum utilizar a riqueza de espécies, que corresponde ao número de espécies coletadas em um dado local. Uma questão importante sobre a amostragem é saber o esforço amostral que é suficiente para representar a comunidade biológica sob investigação. Fatores como o nível taxonômico e de escala espacial também têm que ser levados em conta, uma vez que uma coleta pode se mostrar suficiente em uma dada escala espacial, mas insuficiente em outra. Para se avaliar a eficiência de amostragem de um local, são utilizadas curvas de acumulação de espécies que, quando estabilizadas, sugerem que a amostragem foi suficiente para caracterizar o universo amostral em questão. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar a suficiência do esforço amostral em diferentes níveis taxonômicos e escalas espaciais de insetos aquáticos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT). Avaliamos também se o estimador não paramétrico Jackknife de segunda ordem foi eficaz em estimar a riqueza da área de estudo. Material e Métodos: O estudo foi realizado na Floresta Nacional (FLONA) de Caxiuanã, onde foram amostrados 17 riachos isentos de perturbações antrópicas. Em cada riacho amostrado foi delimitado um trecho longitudinal de 150m, em que foram coletadas 20 amostras de sedimento, de forma equidistante, utilizando um amostrador rapiché. Para avaliar a suficiência do esforço amostral, foram feitas curvas de rarefação para famílias e gêneros de EPT em cada um dos níveis espaciais estudados (entre riachos e dentro de cada riacho). Utilizamos o estimador Jackknife de segunda ordem, pois geralmente obtém uma boa performance em estudos com macroinvertebrados. Resultados: Os resultados mostraram uma prevalência de curvas não estabilizadas, ou que se estabilizaram mais lentamente, a nível de gênero. A nível de família, houve a prevalência de curvas mais estabilizadas. O estimador Jackknife de segunda ordem também obteve estabilização apenas a nível taxonômico de família. Em escalas menores (em cada riacho) as curvas de rarefação tenderam a não estabilizar, ou se estabilizaram mais lentamente. Mas, quando analisado em escala regional (todos os riachos), a riqueza acumulada tendeu à estabilização. Conclusão: Concluímos que a curva do coletor se estabilizou mais rapidamente apenas no nível taxonômico de família, tanto em escala local como regional.
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