ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO VARICELA-ZOSTER NO BRASIL ENTRE 2012 E 2017
Resumo
Introdução: O vírus varicela-zoster (VZV) pertence à família Herpesviridae, com genoma linear de DNA dupla fita e envelopado. É o agente etiológico de infecções como varicela e herpes-zoster, cuja principal característica clínica é lesão cutânea polimórfica que evolui de mácula à crosta. A infecção primária pelo VZV é responsável pelo desenvolvimento da varicela/catapora, enquanto a reativação da infecção latente é descrita como herpes-zoster/cobreiro. A ausência de notificação compulsória, inclusive no Brasil, negligencia os dados epidemiológicos da doença, apesar da alta prevalência na população adulta, onde cerca de 20% está susceptível à infecção. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do varicela-zoster no Brasil no recorte temporal de 2012 a 2017. Material e métodos: Estudo descritivo epidemiológico realizado com dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) disponibilizados na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Buscou-se notificações de casos, óbitos e internações por região, ano de notificação e idade. A tabulação foi realizada no Microsoft Excel® 2019 para cálculos das frequências absoluta e relativa. Os preceitos éticos brasileiros permitem a utilização de dados de domínio público, dispensando apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Resultados: Foram registrados 602.136 casos, tendo em média 100.356 casos por ano. O majoritário quantitativo de notificação é nas regiões Sul (33%) e Sudeste (31,4%). A região Norte apresentou o menor índice (6,6%). Os anos de 2013 (32,8%) e 2017 (1,8%) registraram, respectivamente, o menor e maior índice de notificação anual. A faixa etária mais atingida é de 1 a 4 anos, com 37,8% dos casos. Indivíduos acima de 50 anos representaram 0,68% dos casos de infecção. Em relação aos óbitos, 649 casos são relatados, onde 33,4% desses encontram-se entre 1 e 4 anos, havendo maior índice bruto de mortalidade em 2012 (27,1%), e o menor, em 2016 (11,7%). Das 38.612 internações, o número mais alto mensurado ocorreu em 2013 (24,7%), enquanto em 2017 (4,6%) teve o mais baixo. Pacientes com idade acima de 50 anos foram os mais internados (24,1%); por outro lado, pacientes entre 15 e 19 anos, apenas 1,5%. Conclusão: O estudo mostra que crianças representam um grupo substancial da população brasileira susceptível a varicela. No entanto, a vacinação contra o VZV, ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2013, representa uma importante estratégia para preservação da comunidade contra a infecção, o que inclui crianças e adultos em risco, além de reduzir a disseminação do vírus.
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