PERFIL DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS ENVOLVENDO TARTARUGAS MARINHAS NO MAR DO NORTE BRASILEIRO
Resumo
Introdução: No litoral brasileiro se reproduzem cinco espécies de tartarugas marinhas. O reconhecimento sistemático das áreas de reprodução dessas espécies teve início no Brasil em 1980, com o TAMAR atuando nas principais áreas identificadas. Nos últimos anos, pesquisas e monitoramentos realizados por diversas instituições têm ampliado o conhecimento a respeito de outras praias reprodutivas. Porém, no Mar do Norte brasileiro, ainda há áreas insuficientemente conhecidas. Objetivo: Buscou-se compreender quais atividades de pesquisa envolveram tartarugas marinhas nos últimos anos no litoral norte do país, em quatro estados: Piauí, Maranhão, Pará e Amapá. Buscou-se avaliar quais pesquisas chegaram aos objetivos propostos, quais geraram publicações científicas, sobretudo abordando áreas de desova. Material e métodos: Foram verificadas as solicitações submetidas ao Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO) para estudos com tartarugas marinhas nos anos de 2007 a fevereiro/2020. As informações foram tabuladas em planilhas no Excel. Resultados: Foram analisadas 306 solicitações em todo o Brasil. Destas, 20 (6,5%) incluíam atividades no Mar do Norte (PI a AP), porcentagem extremamente reduzida em comparação com as regiões Nordeste (BA a CE: 42,8%), Sudeste (SP a ES: 51,6%) e Sul (RS a PR: 15,0%). As porcentagens não somam 100% pois há solicitações abrangendo mais de uma das regiões citadas. Das 20 pesquisas envolvendo tartarugas marinhas no Mar do Norte, 11 delas pretendiam – entre outras atividades – monitorar desovas. Porém, a maioria não chegou a ter dados reprodutivos publicados, por diversos motivos como falta de recursos financeiros e dificuldade no monitoramento de grandes áreas. Em alguns casos houve registros apenas de outras espécies. Três pesquisas estudaram pescadores artesanais; destas, uma, no Pará, gerou dados sobre desovas publicados em artigo. No Piauí, houve monitoramento com maior regularidade, com mais de 100 ninhos registrados e publicação de capítulo de livro. Conclusão: O Mar do Norte brasileiro segue com poucos estudos sobre tartarugas marinhas. São necessários investimentos em programas de monitoramento visando a indicar a importância relativa dos trechos para reprodução. Contudo, alguns estudos, sobretudo no Piauí, têm gerado dados que permitirão a priorização de esforços para conservação dessas espécies ameaçadas.
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