Oncideres satyra BATES 1865 (COLEOPTERA: CERAMBYCIDAE): ASPECTOS DA BIOLOGIA E PRIMEIRO REGISTRO DE PLANTA HOSPEDEIRA
Resumo
Introdução: Os cerambicídeos da tribo Onciderini são conhecidos como serradores devido ao comportamento desses insetos em serrar os ramos e troncos de árvores para oviposição. Em geral, espécies do gênero Oncideres Lacordaire são generalistas, utilizando várias plantas hospedeiras. Alguns desses besouros são considerados pragas de espécies florestais cultivadas com importância econômica. Oncideres satyra Bates apresenta ampla distribuição na região amazônica, no entanto, nenhuma associação com planta hospedeira é conhecida. Objetivo: O objetivo desse estudo é relatar o primeiro registro de planta hospedeira de O. satyra e os principais aspectos biológicos da espécie em ingá-branco (Fabaceae). Material e métodos: Durante uma expedição de coleta em área de floresta amazônica no município de Terra Santa, Pará, em novembro de 2019 encontramos e coletamos um ramo recém serrado (com 1,5 m de comprimento e 3,5 cm de diâmetro), contendo marcas de oviposição característicos de serradores. O ramo foi levado para o Laboratório de Taxonomia dos Insetos de Importância Agrícola da ESALQ/USP (Piracicaba/SP), onde foi acondicionado em caixa de plástico com areia no fundo. O ramo foi regularmente umedecido e acompanhado o período de desenvolvimento dos imaturos até a emergência dos adultos. Resultados: Um total de 28 adultos emergiram do ramo de ingá-branco, identificados como Oncideres satyra Bates, 1865. Inga sp. é o primeiro registro de planta hospedeira para O. satyra. Os adultos serram os ramos que caem ao solo, logo após cortam a casca com as mandíbulas abrindo uma fenda onde as fêmeas ovipositam. A larva se alimenta do ramo seco, escavando a madeira durante aproximadamente 90 dias. Em seguida, a larva madura constrói a câmara pupal fechando a entrada com resíduos da alimentação. Passados 90 dias (fevereiro de 2020) observamos a presença de pupas nos ramos. Por volta de 120 dias (março de 2020) ocorreu a emergência dos adultos. Uma amostra dos espécimes foi depositada na coleção do “Museu de Entomologia Luiz de Queiroz – MELQ” em Piracicaba, São Paulo. Conclusão: Com esse estudo ampliamos o conhecimento sobre a planta hospedeira e os aspectos biológicos de O. satyra, destacando a importância e necessidade dos levantamentos entomofaunísticos na região amazônica.
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