O DIA DO MORCEGO: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS NO MEIO URBANO

Resumo

Introdução: O Instituto Resgatando o Verde realiza anualmente o evento “Dia do Morcego”, comemorado em 1º de outubro. Esse evento tem por missão informar o público sobre a importância destes animais na natureza e em ambientes urbanos, sensibilizar sobre os reais riscos médico-sanitários do contato direto com os morcegos. Objetivo: Realizar observações sobre o envolvimento das crianças com os materiais expostos em quatro dos eventos realizados: em 2014 e 2016 no Parque Natural Municipal da Freguesia (RJ), em 2015 no Parque Natural Municipal Chico Mendes (RJ), e em 2019 na Concha Acústica e no Horto Florestal de Campos do Jordão (SP). Material e métodos: Visando alcançar o objetivo as seguintes estratégias foram utilizadas: exposição de exemplares de morcegos em meio líquido e taxidermizados, pôsteres sobre os seus hábitos alimentares e modos de vida; atividades interativas, como: pescaria das preferências alimentares, confecção de máscaras de morcegos, e pintura da mascote “Pimentinha”; jogos pedagógicos: “Dominobat” e jogo da memória, práticas com observação de itens consumidos pelos morcegos (insetos); e simulação da visão noturna dos animais. As atividades foram orientadas por monitores e pesquisadores, que ficaram à disposição para tirar dúvidas. Resultado: Um total de 393 pessoas circularam nos eventos, das quais 115 eram crianças entre dois e 14 anos que transitaram livremente e muito à vontade pelas estações mostrando-se muito interessadas em saber mais sobre os morcegos. Conclusão: Ao contrário dos adultos, boa parte das crianças não tinha qualquer pré-conceito sobre os animais, resultando numa interação muito mais espontânea e criação de vínculo. Os resultados obtidos veem de encontro à expectativa de que este conjunto de atividades estimula e potencializa a relação da criança com a natureza no meio urbano. A medida em que ela se apropria das informações sobre os animais e reconhece sua importância nos ambientes naturais e urbanos (como controladores das populações de insetos, dispersores de sementes auxiliando na manutenção das florestas, e polinizadores das flores que formarão os frutos que consumimos, entre outros), tornam-se agentes de transformação, o que contribui para a preservação da natureza e, em última análise, para a autonomia e o desenvolvimento sadio das crianças-cidadãs.