ANÁLISE DE BACTERIONEUSTON NO OCEANO ATLÂNTICO TROPICAL
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/2266Palavras-chave:
BACTÉRIAS, MICROCAMADA OCEÂNICA, OCEANO ATLÂNTICO, PIRATAResumo
Introdução: A microcamada superficial oceânica (MCSO) corresponde as primeiras centenas de micrômetros da coluna d’água e é composta por uma alta atividade microbiana. Essa camada da interface oceano-atmosfera desempenha papéis fundamentais em processos biogeoquímicos globais. A microbiota dessa microcamada é diversa, abundante e conta com adaptações de resistência para as condições variáveis do habitat em que reside, apesar disso, conta com um baixo número de publicações com finalidade de identificação destes microorganismos. Objetivos: Com isso, esse trabalho teve por objetivo a identificação de bactérias cultiváveis provenientes da microcamada superficial oceânica ao longo do oceano Atlântico Tropical. Material e Métodos: O trabalho contou com a realização de 5 amostragens microbiológicas que ocorreram durante embarques de manutenção de boias meteoceanográficas realizadas pelo projeto multinacional “Prediction and Research Moored Array in the Tropical Atlantic” (PIRATA). As coordenadas dos pontos amostrados correspondem à localização de boias no oceano Atlântico tropical. A coleta microbiológica foi realizada por meio da técnica de carimbo que consiste na utilização de um disco de papel filtro esterilizado encaixado em um amostrador baixado até a superfície da coluna d’água e em seguida, içado. Após cada coleta, os filtros foram armazenados em frascos contendo meio de cultura semissólido esterilizado até o processamento no Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado (Labomar/UFC). A caracterização das culturas bacterianas foi feita a partir da realização de análise morfotintoral e identificação por meio de testes bioquímicos de acordo com o manual de identificação de Bergey. Resultados: Foram isoladas 36 estirpes dos pontos próximos às 5 boias, dentre elas, representantes dos filos Firmicutes e Proteobacteria; família Enterobacteriaceae; gêneros Bacillus, Erwinia, Serratia, Tatumella; bem como as espécies Edwardisiella tardia e Serratia liquefaciens. Conclusão: As bactérias cultiváveis mais frequentemente encontradas nas amostras de MCSO foram as pertencentes à família Enterobacteriaceae, que podem apresentar patogenicidade, incluindo a espécie Serratia liquefaciens, caracterizada por ser um patógeno causador de infecções no trato urinário e respiratório. A presença abundante de estirpes pertencentes a esses grupos taxonômicos nas amostras coletadas em boias distantes do continente sugere que, resíduos antropogênicos continentais estão se deslocando com o auxílio dos ventos e das correntes superficiais.
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