FERRAMENTA PEDAGÓGICA GERADORA DE CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA: COMER E PLANTAR ÁRVORES

Resumo

Introdução: Há um discurso ambiental, sob tom de denúncia, que perpassou o Século XX e avançou o XXI que mostra a presença do humano como uma espécie que explora de forma deletéria os ecossistemas. No entanto, há subjetividades individual e coletiva que dificultam identificar se há consciência dos indivíduos ou do coletivo da espécie, quanto aos danos causados aos ecossistemas, quando se utilizam dos recursos e serviços ambientais. Objetivo: Evidenciar e mensurar a consciência ecológica dos indivíduos quanto à sua atitude biológica antrópica diária de se alimentar, bem como sua disposição em reparar o dano ecossistêmico causado por essa atitude. Material e métodos: A Ferramenta Pedagógica tomou como referência a alimentação humana diária e sua Pegada Ecológica, isto é, uma atitude geradora de impactos ambientais, seguido por uma proposta de quantificar o número de árvores que o sujeito se dispunha a plantar para minimizar os danos. O grupo experimental foi composto por 100 indivíduos masculinos e femininos adultos e residentes na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo. Tal ferramenta mediu um dia de alimentação que se compôs de dois momentos: o que a amostra comia no café da manhã, almoço e jantar, seguidos do questionamento de quantas árvores cada sujeito estaria disposto a plantar. Resultados: O perfil das refeições da amostra: café da manhã (72% café, 63% pão, 52% manteiga; 32% água); Almoço (93% arroz, 87% carnes, 77% feijão; 58% saladas); Jantar (71% arroz; 69% carnes; 58% saladas). Quanto à disposição de plantar árvores para minimizar os danos: café da manhã = 1117 árvores; almoço = 1741 arvores; jantar = 1712 árvores. Conclusão: A Ferramenta se mostrou funcional para revelar a presença de uma consciência ecológica no grupo social experimental quanto ao possível dano ambiental gerado pelo ato de se alimentar diariamente. Dois destaques, a desproporcionalidade entre o dano causado pela alimentação de um dia e a quantidade de árvores a serem plantadas para reparar o dano; o potencial da intencionalidade pedagógica freiriana (democrático, participativo, crítico, transformador e dialógico) para evidenciar a relação humano-natureza aos sujeitos no momento da coleta de dados.