PERDA DE HABITAT FLORESTAL E RESPOSTA DA COMUNIDADE DE PLANTAS LENHOSAS DA MATA ATLÂNTICA
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1279Palavras-chave:
DIVERSIDADE FUNCIONAL, MATA ATLÂNTICA, PLANTAS LENHOSASResumo
Introdução. A perda de habitat é a principal causa da perda contínua de biodiversidade em todo o planeta. Fundamentalmente, está cada vez mais claro que as perdas na cobertura florestal em escalas de paisagem resultam em mudanças substanciais em uma série de processos ecológicos e funções do ecossistema que, em última instância, determinam a trajetória futura de muitas das florestas mais diversas e ameaçadas do mundo. Tradicionalmente, as mudanças na biodiversidade têm sido avaliadas pela riqueza e uniformidade de espécies. Contudo, a diversidade funcional é um impulsionador chave dos processos do ecossistema, influenciando tanto a função quanto a confiabilidade do ecossistema. Objetivos. Objetivamos avaliar a resposta da riqueza taxonômica e diversidade funcional de plantas lenhosas da Mata Atlântica frente a perda de habitat florestal na escala da paisagem. Material e Métodos. Esse estudo foi realizado em onze paisagens de 36 km² com diferentes proporções de cobertura florestal (entre 5% e 60%) na Mata Atlântica da Bahia. Estabelecemos 8 parcelas de 250 m² aleatoriamente escolhidas em cada paisagem, onde amostramos ramos das plantas lenhosas com CAP superior a 8 cm. A classificação das espécies por característica funcional foi baseada em livros, teses, artigos científicos e bancos de dados virtuais. Avaliamos a riqueza taxonômica e 3 métricas de diversidade funcional: riqueza funcional (FRic), uniformidade funcional (FEve) e divergência funcional (FDiv). Resultados. A perda de cobertura florestal na escala da paisagem influenciou negativamente a riqueza taxonômica e funcional. A uniformidade funcional não respondeu a perda de floresta na paisagem, indicando que a homogeneidade de distribuição das características funcionais no espaço funcional se mantém independentemente da quantidade de habitat na paisagem. Contudo, a divergência funcional foi positivamente influenciada pela redução da cobertura florestal na escala da paisagem, sugerindo perda de redundância funcional em função do aumento da perda de habitat. Conclusão. Tendo em vista que a riqueza taxonômica, riqueza funcional e redundância funcional são aspectos importantes para manutenção e resiliência dos ecossistemas, essas respostas a perda de habitat de floresta em escala de paisagem, colocam em xeque a permanência a longo prazo da comunidade lenhosa megadiversa e suas funções associadas na Mata Atlântica.
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