COMPARAÇÃO DAS ASSINATURAS TAFONÔMICAS DE BRAQUIÓPODES E GASTRÓPODES COLETADOS NA ENSEADA DE UBATUBA, SÃO PAULO.
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1276Palavras-chave:
ACTUOPALEONTOLOGIA, PALEOZOOLOGIA, TAFONOMIAResumo
Introdução: O estudo atualístico de associações mortas tem grande significado paleoecológico. Ele permite correlacionar o perfil de dano tafonômico com o ambiente de sedimentação do material esquelético com base em parâmetros quantitativos. Esse ambiente é descrito em termos da zona tafonomicamente ativa e as feições geradas por ela são chamadas de assinaturas tafonômicas. Quantificando essas assinaturas, é encontrado um perfil de dano, isto é, um conjunto de intensidades relativas para cada assinatura tafonômica, que é utilizado por paleontólogos para inferir informações paleoecológicas. Como as características intrínsecas dos organismos influem na maneira como registram o dano tafonômico, é necessário verificar este processo para diferentes táxons. Objetivo: Dito isso, comparou-se, neste trabalho, as assinaturas de gastrópodes (G) e braquiópodes (B) da enseada de Ubatuba, São Paulo. Materiais e métodos: As amostras foram coletadas em 4 estações de isóbatas entre 10 a 15 m, com os gastrópodes distribuídos entre 16 espécies e os braquiópodes representados pelo táxon Bouchardia rosea. O protocolo de análise escolhido selecionou 4 assinaturas tafonômicas divididas por sua origem, a saber: física (para a abrasão), química (para dissolução) e biológica (para incrustação e bioerosão). Resultados: Observou-se que as amostras de B apresentam 69% de abrasão e 42% de dissolução em relação ao total de amostras para o táxon. Valores mais elevados que G, com 1% de abrasão e 20% de dissolução em relação ao total de amostras para cada táxon. Em relação aos danos de origem biológica, não foram observadas diferenças tafonômicas consideráveis entre os braquiópodes e os gastrópodes, no entanto, verificou-se que os pontos de coleta próximos do limite de 10 m apresentam maiores índices de bioerosão e incrustação que os pontos próximos de 15 m, evidenciando que a produtividade biológica é mais intensa nas regiões de menor profundidade. Conclusão: Assim, sugere-se que B é mais suscetível aos processos tafonômicos de origem física e química que G e que o intervalo batimétrico influi na intensidade das assinaturas biológicas.
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