ANATOMIA DE MADEIRAS HISTÓRICAS DA ARQUITETURA TRADICIONAL DO PLANALTO NORTE DE SANTA CATARINA
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1253Palavras-chave:
ANATOMIA DA MADEIRA, EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS, MADEIRAS HISTÓRICAS, PATRIMÔNIO CULTURAL, PATRIMÔNIO FLORESTALResumo
Introdução: Dentre as formas mais antigas de abrigo produzidas pela humanidade, destacam-se as edificações que usam a madeira como elemento estrutural chave na produção arquitetônica, possibilitando o desenvolvimento de muitas técnicas construtivas que são aplicadas ainda nos dias de hoje. As madeiras históricas nas estruturas arquitetônicas são testemunho material da interação de diversas culturas com a floresta e demonstram a diversidade de usos e os conhecimentos tradicionais sobre as espécies de árvores e da tradição construtiva. Sendo a madeira de certas espécies arbóreas um recurso florestal de elevada resistência às intempéries, existem edificações que ultrapassam cronologias centenárias e possuem relações diretas com a qualidade e disponibilidade da madeira, a paisagem e a cultura. Objetivos: Este estudo objetivou identificar as madeiras usadas na construção de uma edificação histórica com técnica construtiva enxaimel, a qual apresenta reminiscências da ocupação não indígena no Planalto Norte de Santa Catarina, datada da década 1860, situada na localidade de Boa Vista, Rio Preto, Município de Rio Negrinho-SC. Material e métodos: Foram coletadas amostras de madeira de elementos construtivos da edificação com o uso de serrote japonês e formão. Os corpos de prova tiveram sua superfície transversal polida para a caracterização macroscópica do lenho com auxílio de lupa conta-fio e secções anatômicas montadas em preparações histológicas para análise microscópica. A determinação da espécie se deu por meio de anatomia comparada em coleção de referência da Xiloteca JOIw e consulta ao banco de dados Inside Wood. Resultados: Todas as amostras possuem coloração parda, odor distinto ao corte e apresentaram a mesma estrutura anatômica caracterizada por camada de crescimento distinta, porosidade difusa, vasos solitários e múltiplos radiais de 2, médios, de 5 a 20 mm², obstruídos por tilos, parênquima axial paratraqueal escasso e vasicêntrico, raios distintos sob lente, elementos não estratificados. Conclusão: A espécie identificada foi Ocotea porosa (Lauraceae). Conhecida regionalmente como canela-imbuia, alcança até 20m de altura, sendo característica da floresta ombrófila mista montana, podendo ultrapassar 500 anos de idade. De interesse econômico, essa espécie apresenta forte relação com o processo de colonização do sul do país, sendo registrada em distintas edificações históricas de Santa Catarina.
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