PORTULACA HATSCHBACHII: BAIXA DIVERSIDADE GENÉTICA REFORÇA A NECESSIDADE DE CONSERVAÇÃO DESSA ESPÉCIE HERBÁCEA CATEGORIZADA COMO “EM PERIGO” DE EXTINÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1230Palavras-chave:
ENDEMISMO, FITNESS ADAPTATIVO, GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO, PORTULACACEAE, VARIABILIDADE GENÉTICAResumo
Introdução: O gênero Portulaca (Portulacaceae), caracterizado por ervas suculentas, é ressaltado por suas propriedades terapêuticas, importância em áreas agrícolas e paisagismos. Endêmica dos afloramentos rochosos de basalto do estado do Paraná, Portulaca hatschbachii D. Legrand, é uma espécie listada no Livro Vermelho da Flora do Brasil como ameaçada de extinção. A velocidade de degradação do seu habitat, somado à escassez de informações genéticas acerca da espécie, nos levou a estimar os riscos genéticos de ameaça e assim contribuir para elaboração de futuros planos de manejo e conservação. Objetivo: Acessar a diversidade genética de P. hatschbachii. Metodologia: Marcadores AFLP e cloroplastidiais (cpDNA) foram aplicados a 10 populações, totalizando 300 indivíduos distribuídos por toda a área de ocorrência da espécie. Resultados: Foram observados baixos índices de diversidade genética para todos os marcadores utilizados, e forte estruturação populacional, evidenciada por fluxo gênico restrito. Discussão: O endemismo e o isolamento populacional estão entre os principais determinantes dos níveis de diversidade genética de populações naturais. Espécies endêmicas e restritas, tendem a apresentar menores níveis de diversidade em suas populações, do que espécies amplamente distribuídas, pois estão mais suscetíveis a processos como deriva genética, endogamia, e gargalos genéticos. Portulaca hatschbachii, entretanto, apresentou níveis de diversidade genética mais baixos, mesmo quando comparada à outras espécies endêmicas. Situações de isolamento, como as observadas nos afloramentos rochosos, que funcionam como ilhas terrestres, propiciam cruzamento biparental e autofecundação que, por deriva genética, podem favorecer a fixação de alelos deletérios e, por consequência, comprometer o fitness adaptativo das populações. Apesar da grande propensão a desenvolver endemismos, a vegetação desses afloramentos vem sendo negligenciada e explorada pela introdução de gramíneas invasoras (pastagens), além da extração da rocha (pedra brita para construção civil) e silvicultura. Conclusão: Considerando o risco de extinção no qual a espécie se encontra e a antropização massiva do seu habitat, somado aos baixos índices de diversidade genética e fluxo gênico restrito, um plano emergencial de conservação in situ para a espécie e seus afloramentos de ocorrência, deve ser levado em consideração.
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