ATROPELAMENTOS DE MAMÍFEROS E AVES SILVESTRES EM ÁREAS ÚMIDAS DO MÉDIO ITABAPOANA
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1081Palavras-chave:
Dados Eventuais, Ecologia De Estradas, Hydrochoerus Hydrochaeris, Lontra Longicaudis, Perda De BiodiversidadeResumo
Introdução: As estradas facilitam a vida humana, todavia, causam sérios impactos ambientais diretos e indiretos. Entre os diretos, os atropelamentos matam cerca de 2 milhões de animais silvestres anualmente, sobretudo no Sudeste brasileiro, no qual o Estado do Rio de Janeiro está inserido. Neste estado, a Mesorregião Noroeste se enquadra como uma das regiões de menor biodiversidade e poucas pesquisas envolvendo fauna, necessitando de dados mínimos sobre a dinâmica de interações entre a vida selvagem e as atividades antrópicas que levaram a esta redução, incluindo as rodovias. Objetivo: Compilar registros de atropelamentos de mamíferos e aves silvestres em um trecho de rodovia que corta áreas úmidas naturais e artificiais, a fim de relatar a constante perda faunística de médio e grande porte, correlacionando-os às condições paisagísticas que possivelmente propiciam tais perdas. Materiais e métodos: O local pesquisado consiste em trecho de 2,5km da rodovia BR484/RJ186, próximo à Zona Urbana de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, fronteiriço ao Espírito Santo, que entrecorta uma extensa área de várzeas drenadas e açudes destinados ao gado. Tangencial à estrada, um subafluente do Rio Itabapoana desce à nordeste para sua foz. Chamado Córrego Bom Jardim, este corpo hídrico possui fragmentos de mata ripária e atua como corredor ecológico dentro da paisagem pastoril, possibilitando conectividade para o fragmento florestal situado do outro lado da rodovia. Os dados foram obtidos ao longo de três anos, paralelamente a trabalhos de campo com fauna, realizados no córrego e mata ripária, com registro fotográfico. Resultados: Foram contabilizados seis Hydrochoerus hydrochaeris atropelados num único ponto, onde uma manilha de drenagem passa sob a pista, conectando áreas úmidas de ambos os lados. Também registrou-se Lontra longicaudis e Procyon cancrivorus muito próximos à açudes. Além destes, Cerdocyon thous, Sphiggurus sp., Tamandua tetradactyla, Coragyps atratus, Caracara plancus, Mivalgo chimachima e Cariama cristata também foram registrados. A espécie mais atropelada foi H. hydrochaeris, abatida ao tentar atravessar de uma várzea a outra, podendo causar sérios acidentes. Conclusão: As condições da paisagem no entorno deste trecho favorecem o atropelamento de mamíferos ecologicamente relacionados à água, como as capivaras, lontras e guaxinins, sendo necessárias medidas mitigatórias locais.
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